quarta-feira, 21 de março de 2012

Compradores compulsivos: o que fazer com os eletrônicos de versões anteriores?

Stephanie Kohn

Há cerca de cinco anos, quando Steve Jobs mostrou ao mundo o primeiro iPhone, os usuários de tecnologia mudaram a forma de se relacionar com os aparelhos. A primeira geração do smartphone reuniu uma legião de fãs que, desde então, vem acompanhando os lançamentos da fabricante. Muitos não só acompanham como fazem questão de adquirir cada um dos produtos e estar sempre em dia com as novidades. Para eles, permanecer com um produto da Apple obsoleto é praticamente uma ofensa, já que todos os anos, desde 2007, a companhia traz funcionalidades e recursos novos em seus aparelhos.

Esta cultura do "early adopter" (pessoa que adota as tecnologias antes da massa) não está somente vinculada à Apple, claro. Mas, quando se pensa em fãs fieis é quase impossível desassociar os applemaníacos deste conceito. Afinal, os número mostram que a empresa está sempre quebrando seus próprios recordes de vendas. A cada novo gadget lançado, há também um novo número impressionante de unidades comercializadas, isso sem falar nas filas quilômetricas em frente às lojas.  O Novo iPad, por exemplo, o último lançamento da companhia, vendeu quase três vezes mais   em seu final de semana de estreia do que o modelo anterior. E o iPhone 4S, mesmo tendo sido um balde de água fria para alguns fãs que aguardavam o iPhone 5, vendeu 4 milhões de unidades em seu primeiro final de semana.

O gerente de mídias online, Silvio Martins, é um desses "heavy users" (usuários assíduos da marca) da Apple. Ele tem cerca de cinco modelos de iPods, dois iPhones, Apple TV, MacBook, iMac e a Time Capsule. O primeiro iPhone agora está com o seu filho de seis anos, que brinca com aplicativos e fotos. Já o iPhone 4 está com a sua mulher, que acabou ganhando o presente depois que ele decidiu testar uma nova fabricante. Esta mudança, aliás, acabou deixando Silvio um pouco saudoso. Ele decidiu comprar um HTC Ultimate com Windows Phone Mango, depois que viu o aparelho nas mãos de um amigo e descobriu um aplicativo com integração com Xbox. Além disso, ele queria unir as plataformas do smartphone e do seu trabalho. Mas, ele confessa que os aplicativos do iOS estão fazendo falta e que até compraria outro iPhone para tê-los novamente. O que ele faria com o aparelho antigo? Bom, segundo Silvio, daria para alguém, como já fez algumas vezes, ou, usaria para outras finalidades, assim como aconteceu com os antigos iPods.

"Os MP3 velhos servem mesmo para 'quebrar o galho'. Se eu vou para a academia, andar de bicicleta ou algum lugar que corro o perigo de perder ou quebrar, eu uso os antigos", conta. "Mas, meu iPod do momento é o remake do Classic de 160 GB, que comprei há pouco tempo. Nele eu consigo carregar toda minha discoteca e posso conectar no carro ou levar pra viagens", completa.

O applemaníaco achou funcionalidades para os antigos aparelhos, o que não o fez se sentir mal ao comprar os novos. Porém, ele conta que, antigamente, nem pensava duas vezes antes de entrar na loja. Segundo o gerente, agora ele avalia a funcionalidade e praticidade do aparelho antes de sair comprando e abandonando os antigos. "Eu sempre descartava o antigo na hora. Hoje, eu penso mais. O iPad 2, por exemplo, achei que não valeria a pena comprar, mas o novo iPad eu vou ter. Pedi para um amigo trazer dos Estados Unidos", diz. "Mesmo assim, não tenho muito apego com os equipamentos. Eu passo pra frente numa boa, tirando meu primeiro computador, que guardo até hoje", conclui.

Fonte: Olhar Digital.

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