Patrícia da Veiga
Fotos: Carlos Siqueira
Shannon Sampert, professora e pesquisadora do Departamento de Estudos Políticos da Universidade de Winnipeg, jornalista e comentarista regular para rádio e TV, abriu os trabalhos do Seminário Internacional Mulheres e Participação Política: Brasil e Canadá, na manhã desta segunda-feira, com a seguinte constatação: “caminhamos um passo para frente e dois para trás”. Ela proferiu conferência sobre a realidade da participação feminina na política de seu país, que em 2011 vive eleições em todas as regiões e distritos, observando que o número de mulheres que concorrem a cargos públicos aumentou, mas o comportamento da sociedade revela-se cada vez mais conservador no que diz respeito ao reconhecimento de direitos.
Shannon Sampert, professora da Universidade de Winnipeg
Para a professora, isso significa que um porcentual de 24.5% de mulheres atualmente atuantes na política canadense tem um impacto ainda menor quando grande parte das políticas sociais impedem a assistência aos direitos reprodutivos das cidadãs, por exemplo, ou, quando 16% destas mulheres integram os programas dos partidos conservadores. “Algumas regiões do país nunca elegeram mulheres e, nas que elegeram, o poder de voz delas ainda é restrito no momento da tomada de decisões ou da formulação de políticas”, comentou.
Outro ponto que, para a pesquisadora, é sinal de retrocesso no reconhecimento do papel das mulheres na política é com relação à opinião pública. Pesquisas feitas sobre a mídia canadense apontam que as representantes do gênero feminino são rotuladas como sensuais, fúteis e dependentes dos homens.
“Não basta ter mulheres no governo se elas são representadas de forma preconceituosa e sensual pela mídia, se as redes sociais de reivindicação pelos direitos das mulheres vêm sendo desmanteladas ou, ainda, se as representantes se adequam a um projeto neoliberal de sociedade”, reforçou Shannon.
Fonte: Ascom/UFG
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